Petromyzon marinus Linnaeus, 1758

AphiaID: 101174

Código Natura 2000: 1095

Lampreia

Biota (Superdominio) > Animalia (Reino) > Chordata (Filo) > Vertebrata (Subfilo) > Agnatha (Infrafilo) > Cyclostomi (Superclasse) > Petromyzonti (Classe) > Petromyzontiformes (Ordem) > Petromyzontidae (Familia) > Petromyzon (Genero)

A carregar dados...
Registos OMARE: 3
Registos OBIS: 0

Descrição

É a maior lampreia anádroma que se conhece, podendo atingir 1.20 m de comprimento e pesar 2.30 Kg. As regiões laterais e dorsais do corpo têm uma coloração cinzenta-amarelada com manchas irregulares escuras. A região ventral é branca-amarelada. O seu corpo é anguiliforme e nadam impelidas pelos movimentos ondulatórios do seu corpo. A sua pele é viscosa, as barbatanas dorsais são aproximadamente triangulares e há uma quase continuidade entre a segunda dorsal e a caudal. As lampreias têm dois pequenos olhos ladeando a sua pequena narina. A região branquial localizada posteriormente aos olhos exibe 7 orificios branquiais de cada lado dos seu flancos. A sua boca semelhante a uma ventosa apresenta numerosos dentes curtos e aguçados que lhe permitem a fixação aos flancos dos peixes que parasitam.

Distribuição geográfica

A sua distribuição geográfica é muito ampla, encontrando-se em quase todos os rios da Europa e América do Norte. Em Portugal encontra-se nas bacias hidrográficas do Minho, Lima, Cávado, Douro, Mondego, Tejo, Sado e Guadiana, embora seja mais abundante nos rios do Minho.

Habitat

Nos rios procuram fundos pedregosos de granulometria entre 10 e 50 mm, zonas de corrente com velocidade de cerca de 1 a 2 m s-1, com uma profundidade de 40 a 60 cm e com pouco ensombramento. Aí constroem os seus ninhos, movendo as pedras do fundo de modo a criar uma depressão oval. Não se sabe se o ninho é construído só pelos machos ou só pelas fêmeas ou se por ambos os sexos. A postura é realizada nos meses de Março-Abril, sendo precedida de acasalamento. Durante o acasalamento o macho fixa-se, com o auxílio da ventosa, à cabeça da fêmea, que, por seu lado, utilizando o mesmo processo se prende a uma pedra. O macho coloca o seu orifício genital em frente ao da fêmea e os óvulos são fecundados externamente á medida que se realiza a postura. Os cerca de 60.000 ovos são cobertos de areia e os reprodutores, esgotados, morrem no final da reprodução. Após a eclusão dos ovos as larvas movem-se para jusante deixando os fundos pedregosos e procuram troços com fundos com substratos de granulometria inferior a 1 mm, com uma corrente de velocidade pequena e parcialmente ensombrados onde se enterram deixando apenas a cabeça de fora. A vida larvar prolonga-se por 4 a 5 anos, permanecendo os amocetes enterrados nos sedimentos onde se alimentam por filtração de plâncton e de detritos. Pouco depois da metamorfose, que ocorre quando os amocetes medem 15 a 20 cm de comprimento começa a migração para o mar. As migrações das jovens lampreias rio abaixo são nocturnas e ocorrem entre Dezembro e Janeiro. Viverão no mar durante cerca de 3 anos até atingirem a maturidade sexual, altura em que voltarão aos rios para se reproduzirem. Pouco se sabe sobre a ecologia desta espécie durante a sua vida no mar. Os indivíduos de menores dimensões são encontrados nas zonas costeiras e próximo dos estuários mas os maiores já foram encontrados a profundidades entre os 280 e os 650 m. Durante este período parasitam várias espécies de peixes, alimentando-se do seu sangue. Entre as espécies parasitadas destacam-se bacalhaus, salmões, sardas, arenques e até mesmo espadartes. Alguns investigadores sustentam que a lampreia-marinha pode igualmente parasitar várias espécies de cetáceos. Quando entram nos estuários para se reproduzir deixam de se alimentar.

Características identificativas

  • Corpo com manchas irregulares escuras;
  • Boca em ventosa com grande número de pontas córneas;
  • Barbatanas dorsais com dois lobos bem separados.

Facilmente confundível com:

Estatuto de Conservação

Principais ameaças

Estatuto de conservação Vulnerável em Portugal (Livro Vermelho dos Vertebrados, 2006).

 

Legislação aplicável:

EU Habitats Directive Annex II
Bern Convention Annex III
Revised Annex I of Resolution 6 (1998) of the Bern Convention listing the species requiring specific habitat conservation measures (year of revision 2011)
Annex III of SPA and Biodiversity Protocol of Barcelona Convention
Initial OSPAR List of Threatened and/or Declining Species and Habitats (Reference Number: 2003-14) in addition to Annex V
Threatened and/or declining species in the Baltic Sea – HELCOM

Sinónimos

Ammocoetes bicolor Lesueur, 1818
Batymyzon bairdii (Gill, 1883)
Lampetra marina (Linnaeus, 1758)
Oceanomyzon wilsoni Fowler, 1908
Petromyzon adriaticus Nardo, 1847
Petromyzon americanus Lesueur, 1818
Petromyzon bairdii Gill, 1883
Petromyzon concolor Wright, 1892
Petromyzon lampetra Pallas, 1814
Petromyzon maculosus Gronow, 1854
Petromyzon marinus dorsatus Wilder, 1883
Petromyzon marinus unicolor Gage, 1928
Petromyzon maximus Cuvier, 1816
Petromyzon nigricans Lesueur, 1818
Petromyzon ruber Lacepède, 1800

Informação Adicional

Tamanho mínimo de captura – 350 mm.

Pesquise mais sobre Petromyzon marinus > World Register of Marine Species (WoRMS) ~ Fishbase ~ Encyclopedia of Life (EOL) ~ Marine Species Identification Portal ~ IUCN Red List ~ Wikipédia

Referências Internacionais

Cabral et al ( 2006) – Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

Manual Prático De Identificação de Peixes Ósseos da Costa Continental Portuguesa – IPMA (2015)

original description Linnaeus, C. (1758). Systema Naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Editio decima, reformata. Laurentius Salvius: Holmiae. ii, 824 pp., available online at https://doi.org/10.5962/bhl.title.542 [details]

additional source Nijssen, H.; de Groot, S.J. (1987). De vissen van Nederland: systematische indeling, historisch overzicht, het ontstaan van de viskweek, uitheemse vissoorten, determineersleutels, beschrijvingen, afbeeldingen, literatuur, van alle in Nederlandse wateren voor komende zee- en zoetwatervissoorten [Fishes of the Netherlands: systematic classification, historical overview, origins of fish culture, non-indigenous species, determination keys, descriptions, drawings, literature references on all marine and freshwater fish species living in Dutch waters]. KNNV Uitgeverij: Utrecht, The Netherlands. ISBN 90-5011-006-1. 224 pp. [details]

additional source Froese, R. & D. Pauly (Editors). (2017). FishBase. World Wide Web electronic publication. , available online at http://www.fishbase.org [details]

basis of record van der Land, J.; Costello, M.J.; Bailly, N.; Eschmeyer, W.N.; Froese, R. (2001). Pisces – Agnatha, in: Costello, M.J. et al. (Ed.) (2001). European register of marine species: a check-list of the marine species in Europe and a bibliography of guides to their identification. Collection Patrimoines Naturels, 50: pp. 358 [details]

additional source Bigelow, H.B. and W.C. Schroeder. 1953. Sawfishes, guitarfishes, skates and rays, and chimaeroids. In Fishes of the western North Atlantic. Memoir Sears Foundation for Marine Research 1(2). Yale University, New Haven. 588 p. [details]

additional source Dyntaxa. (2013). Swedish Taxonomic Database. Accessed at www.dyntaxa.se [15-01-2013]., available online at http://www.dyntaxa.se [details]

additional source Muller, Y. (2004). Faune et flore du littoral du Nord, du Pas-de-Calais et de la Belgique: inventaire. [Coastal fauna and flora of the Nord, Pas-de-Calais and Belgium: inventory]. Commission Régionale de Biologie Région Nord Pas-de-Calais: France. 307 pp., available online at http://www.vliz.be/imisdocs/publications/145561.pdf [details]

additional source McEachran, J. D. (2009). Fishes (Vertebrata: Pisces) of the Gulf of Mexico, Pp. 1223–1316 in: Felder, D.L. and D.K. Camp (eds.), Gulf of Mexico–Origins, Waters, and Biota. Biodiversity. Texas A&M Press, College Station, Texas. [details]

context source (Deepsea) Intergovernmental Oceanographic Commission (IOC) of UNESCO. The Ocean Biogeographic Information System (OBIS), available online at http://www.iobis.org/ [details]

context source (Schelde) Maris, T.; Beauchard, O.; Van Damme, S.; Van den Bergh, E.; Wijnhoven, S.; Meire, P. (2013). Referentiematrices en Ecotoopoppervlaktes Annex bij de Evaluatiemethodiek Schelde-estuarium Studie naar “Ecotoopoppervlaktes en intactness index”. Monitor Taskforce Publication Series, 2013-01. NIOZ: Yerseke. 35 pp. [details]

additional source Froese, R. & D. Pauly (Editors). (2018). FishBase. World Wide Web electronic publication. , available online at http://www.fishbase.org [details]

additional source McEachran, J. D. (2009). Fishes (Vertebrata: Pisces) of the Gulf of Mexico, Pp. 1223–1316 in: Felder, D.L. and D.K. Camp (eds.), Gulf of Mexico–Origins, Waters, and Biota. Biodiversity. Texas A&M Press, College Station, Texas. [details]

additional source Froese, R. & D. Pauly (Editors). (2018). FishBase. World Wide Web electronic publication. version (10/2018)., available online at http://www.fishbase.org [details]

additional source McEachran, J. D. (2009). Fishes (Vertebrata: Pisces) of the Gulf of Mexico, Pp. 1223–1316 in: Felder, D.L. and D.K. Camp (eds.), Gulf of Mexico–Origins, Waters, and Biota. Biodiversity. Texas A&M Press, College Station, Texas. [details]

additional source Bigelow, H. B.; Schroeder, W. C. (1953). Sawfishes, guitarfishes, skates and rays, and chimaeroids. Fishes of the western North Atlantic. Memoir Sears Foundation for Marine Research. Yale University, New Haven. 1: 1-588., available online at https://doi.org/10.2307/j.ctvbcd0f3.5 [details]

ecology source Kelly, F.; King, J. (2001). A Review of the Ecology and Distribution of Three Lamprey Species, Lampetra fluviatilis (L.), Lampetra planeri (Bloch) and Petromyzon marinus (L.): A Context for Conservation and Biodiversity Considerations in Ireland. Biology and Environment: Proceedings of the Royal Irish Academy. 101B(3): 165-185. [details]

original description Linnaeus, C. (1758). Systema Naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Editio decima, reformata [10th revised edition], vol. 1: 824 pp. Laurentius Salvius: Holmiae. , available online at https://doi.org/10.5962/bhl.title.542 [details]

additional source Froese, R. & D. Pauly (Editors). (2021). FishBase. World Wide Web electronic publication. version (02/2021)., available online at http://www.fishbase.org [details]

additional source McEachran, J. D. (2009). Fishes (Vertebrata: Pisces) of the Gulf of Mexico, Pp. 1223–1316 in: Felder, D.L. and D.K. Camp (eds.), Gulf of Mexico–Origins, Waters, and Biota. Biodiversity. Texas A&M Press, College Station, Texas. [details]

ecology source Looby, A.; Erbe, C.; Bravo, S.; Cox, K.; Davies, H.L.; Di Iorio, L.; Jézéque, Y.; Juanes, F.; Martin, C.W.; Mooney, T.A.; Radford, C.; Reynolds, L.K.; Rice, A.N.; Riera, A.; Rountree, R.; Sprie, B.; Stanley, J.; Vela, S.; Parsons, M.J.G. Underwater Soniferous Behavior Trait Provided in the World Register of Marine Species. (In preparation). [details]

Última atualização: 11 Out. 2021
Gerar PDF

O texto desta página é disponibilizado nos termos da licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0); pode estar sujeito a condições adicionais, para mais detalhes consulte os Termos e Condições.